Primeiro você tenta uma coisa, depois outra. Compra materiais que não funcionam. Muda os móveis de lugar pela décima vez. Tenta explicar para a escola, mas eles não entendem.

Quem consegue criar um ambiente onde a criança neurodivergente prospera já está aplicando princípios de adaptação sensorial e cognitiva, entendendo que o ambiente é um co-educador poderoso, talvez o mais importante de todos.

Um outro detalhe importante, envolve a diferença crucial entre estímulo e sobrecarga.

Existe uma grande diferença entre um ambiente que oferece oportunidades ricas e convites para aprender (estímulo) e um ambiente que bombardeia os sentidos e a capacidade de processamento da criança até ela entrar em crise (sobrecarga).

E essa é a parte mais importante do processo.

Entenda.

O público que se beneficia enormemente do Montessori adaptado, está acostumado a lutar contra ambientes inadequados que causam ansiedade, frustração e crises.

Esse público quer soluções práticas e específicas que realmente façam sentido para as necessidades sensoriais e cognitivas de seus filhos, e não ficar só ouvindo teorias que parecem lindas mas não funcionam na prática do dia a dia.

Por isso, o foco precisa ser em ensinar a adaptar o ambiente de forma INTELIGENTE e ACESSÍVEL, e não apenas replicar um modelo padrão.

O problema é que a maioria dos cursos ou guias sobre Montessori ou neurodivergência não juntam as duas coisas de forma prática.